O poeta Enoch Carneiro, em seu livro Delírio Solitário, aborda de forma poética a questão do desmatamento de florestas, industrialização, destruição e morte de árvores e gente.
Diz o poeta em sua poesia " GAFANHOTO"
As máquinas roncavam,
A seiva gemia indefesa
As árvores caíam vagarosamente
como se o vento
Tentasse, em vão livrá-las
Da fúria do trator esteira
Aqui, acolá corria um tatu
Voavam os pássaros enlouquecidos,
Era o fim da selva.
Eram gafanhotos do fim do mundo
Derramando sua fúria sobre as matas,
Eles bebiam óleo diesel
E trabalhavam(destruíam) o dia todo.
Até que um dia a fábrica se ergueu
E não mais se escutou nenhum canto
A não ser o apito das caldeiras
Que intimavam os homens ao trabalho,
E a jornada durava muito (estafava).
Um peão subnutrido morria na fila
Os apitos da da fábrica aos poucos
Erguiam mais um tumulo simples,
E os moradores da pequena cidade
De céu completamente enegrecido
Resolveram gritar e calar a fábrica.
Muitos outros moradores morreram
Até que as paredes do monstro ruíram
E as árvores rachavam as as calcadas,
Era a vida se opondo a morte
E renascendo dos escombros
De uma civilização falida
Que operando as máquinas, desmanchava
A natureza, feita por Deus.
Enoch Carneiro
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